Viver. Só viver.
Agora.
Não foi, nem será.
É já.
Ao instante.
Dançar todos os dias, descalça, até ganhar bolhas nos pés.
Falar
com pessoas novas, todos os dias. E com as mesmas. Repeti Jambo, Jambo (olá)
continuamente. Hakuna Matata, igual.
Aprendi palavras e ensinei outras, numa
repetida troca de empenho.
Fui tocada subtilmente e seduzida à descarada. Desejada e despida
em pensamentos alheios.
O mercúrio estava retrógrado, a lua cheia, e um monte de contraindicações.
A terra, o mar. Abraçar árvores e pessoas.
Aprender, ensinar, dar.
Amar.
Cada momento.
Entregar-me. Sem pudor. Aproveitar.
Fiz hidroginástica quase sem pé, e aprendi a contar até 3, com a
coreografia final. Joguei à bola e marquei um golo à CR7. Fiz passagem de
modelos de trajes típicos, e ganhei uma massagem, como primeiro prémio.
Falei línguas diferentes. Tentei entender línguas.
Fiz filmes em inglês e italiano.
Joguei bilhar, com tacos sem giz e ganhei nos matraquilhos.
Ouvia o meu nome várias vezes. Ou Bonjour chérie ou Buongiorno
bella.
Caminhei na praia de bikini, com dois homens e ouvia as miúdas a
chamarem-me de "infiel". Vi um casamento na praia e os homens no
mercado do peixe. À distância.
Falei com turcos e com checos. Pus os checos a dançar, numa
mistura de combate medieval com boxe. Ela perdida de "drunk". Sem
conseguir articular uma palavra em inglês perceptível. Excepto quando falou do
Maasai, de cabelo comprido. Girl's talk.
Dancei coreografias, várias vezes ao dia, até já falhar pouco.
Pisei bichos dentro de água, que deitam tinta vermelha. E fiquei
maravilhada. Procurei estrelas do mar e vi ouriços coloridos. Vi, pela primeira
vez, o céu do hemisfério sul, e perdi-me na imensidão das estrelas.
Nos primeiros dias o mar estava muito quente. Soup.
Para cima dos 30 graus.
Nadei com centenas de peixes, e agradeci ao ex, ter aprendido a fazer snoorkling.
Ri à descarada.
Segurei em tartarugas e tive lémures na varanda, durante a noite.
Falei com o diretor e o dono do hotel em português. Tentaram fazer-me um "arranjinho" com um brasileiro perdido por lá. E riram à gargalhada com a palavra.
Traduzi francês de um casal de Paris para o Pablo, e fotografaram-me as tattoos.
Comi lagosta grelhada e lulas com batatas fritas na praia. E o melhor risoto de lagosta da minha vida (e único!)
Vi um por do sol lindo, numa praia demasiado turística.
Assisti a espetáculos incríveis.
Senti coisas únicas.
Senti-me.
Em cada momento.
O meu instinto. A minha dádiva.
Zanzibar, trouxe-me de volta sonhos de menina, e a vida só me devolveu ao caminho.
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