quinta-feira, 25 de maio de 2017

Trovoada com bolinha

Deitei-me tarde.... O jantar atrasou um pouco, porque a noite estava convidativa e a conversa rolava a tinto e conhaque. Ainda fui ao banho e quando cheguei, o homem tentava fazer cumprir o castigo de ter lavado a louça. Ainda me fiz de difícil, como quando estou cansada e não me apetece trocas de amor. Mas ele com uma insistência que nem é habitual, perante tantos obstáculos que, em mim também são raros. Acasalámos devagar, devagarinho como a sorver a saudade, a distância e o amor. Naquela junção que é sempre maior, do que qualquer outro afecto. Adormeci tarde na esperança que pelo menos não acordasse de noite. Acordei. Eram 3:30 quando a janela clareou numa antecipação ao trovão que havia de cair. Tentei ganhar sono ou vontade de dormir porque sono tinha. Dei voltas e mais voltas, enquanto me encostava ao homem, que naquele momento, considerei o santo protector da trovoada. Abriu o olho e despertou, mesmo contrariando todo o sono que tem sempre. Espevitou, chegando-se agora a mim, não por receio, mas por atrevimento. Não houve resistência, como se os corpos estivessem telecomandados para o prazer. Nós os dois e os clarões da trovoada. Ao balanço da maré. Voltei a dormir... E a acordar com a gata a jogar à bola. Ainda o sol espreitava por cima da noite. Mal abria os olhos. Uma hora depois o despertador tocou. E não foi um pesadelo.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

10 anos! Porra, 10 anos?!

Estávamos em 2007. Maio. Eu estava grande e enorme. Os meus pés impediam qualquer espécie de sapatos. Andava apenas com umas chinelas azuis que adorava. Já não via a minha "rapachola" fazia meses. Nem eu, nem ninguém!Estava inchada, cara, mãos e, especialmente, os pés!Muito inchada e muito gorda. Talvez os pastéis de nata que emborcava todos os dias tivessem alguma culpa. Ou os cigarros que fumava de forma sorrateira, para evitar os olhares de desaprovação. A data prevista do parto era só para Junho. E eu até preferia assim! Ia ter férias e podia descansar antes da rebaldaria que a vida ia levar com a tua chegada. Era dia 23. Seriam umas 15:30. Agarrei numa pipa de 5 litros de vinho para a mudar de sítio e rebentaram-se-me as águas. O quê?! Agora?? Mas eu queria as férias! Ora... Mas amanhã é a festa de despedida e o almoço é cozido à portuguesa. Que péssimo timming! Encostei-me à janela, e ouvia o stress das minhas colegas de trabalho. Quis fumar um cigarro enquanto os nervos se apoderavam de mim. Levaram-me a casa mesmo contrariando a minha vontade de ir a conduzir. Chamei o pai, a minha mãe e acabei o saco. Já era quase final de tarde quando dei entrada no Hospital. Estava cheio e fiquei ainda um par de horas na sala de espera cá fora. Continuava a perder liquido amniótico e as minhas calças faziam "chlop chlop" quando caminhava. Toda eu tremia, por estar ali, numa situação que sabia que não tinha volta, por esperar, pelas pessoas à minha volta. Voltei a fumar um cigarro cá fora. Antes de me levarem para a noite mais comprida da minha vida. Começam os toques, os ecg's, os fios ligados a medirem tudo. Começa a fome a apertar. E não me dão de comer. E as horas passam e nada. Criança não dá sinal. Passam mais horas, mexo-me e remexo-me e saltam os fios todos. Chamo a enfermeira porque quero fazer xixi e não me deixam levantar. Não durmo. Tenho fome. Dormito um pouco. Chega a manhã. Muda a equipa e voltam a enfiar-me as mãos pelas entranhas acima. Continuo com fome e dão-me uma compressa para molhar os lábios. Era dia de cozido e eu ali. Deitada, sem me mexer e com muita fome. Ah, eu com fome! Na hora de almoço entregam-me um sugo de morango. Um sugo! Eu desfalecia de fome. Pensava nos chouriços, nas couves, no feijão enquanto sorvava o pequeno sugo. Mais umas mãos que se enfiavam em mim até que começam as contracções. E à fome junta-se as dores. Chega a hora de me tentar enrolar para me darem a epidural. Que faz pouco ou nenhum efeito. Continuavam a passar as horas. E as dores aumentavam. Muito. A porra da anestesia não fazia nada. Já era tarde avançada, sentam-me na cama e metem-me toda escancarada. Tenho dores viscerais. Grito que nem uma vaca a parir. Mas eu estou a parir caraças! Médicos nem vê-los. Faço força e força, mas não a tenho. Só comi um sugo. Penso quem é que pode dizer que este dia é o mais feliz da sua vida?! Depois de um grito que se ouviu na maternidade inteira lá chegam os médicos. O puto não sai. Lá lhe metem a ventosa para ajudar, depois de me abrirem sem piedade. Nasce às 17:37, do dia 24 o meu pequeno rato. Conto-lhe os dedos, oiço o chorar enquanto o limpam e chamam o pai. Será que agora podem dar-me comida?! Naaaaaaaaa, ainda tem de ser cosida. E tentar dar a mama, que no espaço de meia hora tinha triplicado de tamanho e pareciam duas bolas a tocar-me nos queixos. Eu quero comer porra! Lembro-me das lágrimas subirem-me aos olhos a primeira vez que te pus na mama, não sei se de emoção ou só de dores. Lembro-me de olhar-te e já teres a língua de fora, vicio que mantens até hoje. Lembro-me de não me deixares dormir e eu muitas vezes pensar em apertar-te o pescoço. De sentir as minhas mamas encherem e pingarem quando começavas a chorar e eu não estar perto de ti. Não me lembro da tua primeira palavra, nem dessas gracinhas que as mães devem se lembrar. Lembro-me da tua primeira gargalhada e de me ter rido com ela. Lembro-me dos teus primeiros dias de escola, nas três que já passaste. Revejo os cabelos brancos que ganhei estes anos, especialmente nas duas vezes que estive no hospital contigo. O teu pai esteve muitas mais vezes, mas ele é hipocondríaco e tem "issues". Cresceste, jogas à bola mas o que gostas mesmo é de tenis. Não estás um homem porque és um puto mimado. Mas estás grande! És muito inteligente mas ainda tens de aprender a lidar com a frustração. E com a raiva. Eu tenho de aceitar que gostas de peixe cozido. Blhac! E a ter mais calma mesmo quando levas a minha paciência aos limites. Gosto de ti, todos os dias. Há 10 anos e 36 semanas. Vou gostar de ti para sempre, na única certeza que tenho para além da morte. Parabéns, meu pequeno gordo!

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Praia, muita praia

Faltam duas semanas para ir de férias para a ilha. Faltam duas semanas, para ficarmos duas semanas totalmente livres. De pessoas, de trabalho e de roupa.
Mas mesmo não precisando de muitos biquinis para levar, tenho que confessar que a colecção da  Deeply está espectacular.

Vale a pena dar uma vista de olhos!


Lixo e peso, nada tem a ver....

Desde Abril que vivemos no barco. Ando a aprender (muito devagarinho) a viver com poucas coisas. A minha colecção de sapatos está em casa, assim como a maior parte da roupa e acessórios. Tenho poucas coisas no barco apesar do marujo achar que já são coisas a mais.

Às vezes passo em casa para trazer mais alguma coisa que me faz falta, como ontem trouxe a varinha mágica para os sumos de morango, que ambos estamos viciados. Vinha com um saco de coisas na mão, outro saco de lixo e as chaves de casa. Lanço o saco do lixo e oiço plim! Chaves de casa dentro do caixote. Chamo-me mentalmente de parva e digo consecutivamente asneiras sem fim. Vou ao carro, tiro o casaco, deixo o outro saco, olho à volta e claro que tinha de estar alguém, e salto para dentro do caixote do lixo. O que me vale é que havia pouco lixo e a coisa foi simples. Ainda me assustei e pensei como raio é que agora vou saltar daqui?!
Mas contrariando a idade metabólica que a balança da bodyconcept me tinha dado meia hora antes - 44!, Cruzes credo!
Consegui saltar e sair "limpinho, limpinho."

Por falar na balança do demo, perdi 2.200kg e agora já só faltam 10kg :) Mas para ajudar à festa, esta semana é a Feira Náutica e temos mesmo à porta uma carrinha dos gelados Santini.
Aguenta boca, aguenta!

segunda-feira, 15 de maio de 2017

13 de Maio

Não sou católica nem tenho qualquer pretensão nesse sentido. Mas este 13 de Maio foi especial. O Benfica tetracampeão, o Salvador a ganhar o Festival da Canção e eu a comprar o vestido de noiva. Assim, tranquilamente, como quem vai almoçar com o noivo e os enteados, passa numa loja vê o vestido numa montra. Vai almoçar, leva a família toda a ver o vestido. Todos gostam. Vou experimentar enquanto a trupe segue para as compras de supermercado. Digo à funcionária da loja que é para o meu casamento, ela derrete-se. O vestido está um pouco grande mas arrisco. Tem toda a onda que eu queria, mesmo tendo de o mandar apertar um pouco. Ou muito, no caso quase milagroso de perder os quilos que preciso.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Coisas que ouço #17

Para estes dias de chuva, com sol, de neura ou cheios de alegria.


Férias Saltitantes

A semana passada estivemos de férias. Tínhamos uma noite marcada há meses no H2otel e já que íamos para cima, aproveitámos para fazer uma ronda naquela zona. Segunda-feira fomos directos ao Fundão, onde ficámos no Hotel Alambique, que tem um restaurante que é uma coisa para cima de espectacular. Tudo é óptimo e as doses são para gigantes. Conseguimos sair do restaurante quase a rebolar. Fizemos uma previsão que a comer assim, teríamos pelo menos mais 2 kgs no regresso. Passámos a tarde nas piscinas, primeiro na exterior mas que estava gelada e depois na interior com direito a jacuzzi. O hotel tem assim uma decoração bimbo-chique, provavelmente mais bimba do que chique, mas que o envolve em características muito especiais. Os animais gigantes como leões e zebras espalhados pelo jardim, ou as vestimentas das empregadas ao pequeno-almoço, com aspecto de saídas directamente da feira.

Depois de um pequeno-almoço animado seguimos directos para Unhais da Serra, para podermos aproveitar o supermegaespectacular spa do H2otel. O hotel é lindo, a vista para a montanha é perfeita mas quando se entra nas piscinas é o delírio. É gigante, que se estende do interior para o exterior, com diversos jacuzzis espalhados. Tem saunas, banhos turcos, circuitos de água, duches, até uma espécie de fábrica de gelo. Só se sai de dentro de água porque os dedos enregelados já não aguentam mais.

E a comida?! Meu Deus! A comida é divinal! Tem saladas e saladinhas, queijos e tostinhas e uma mesa gigante de sobremesas que me levou à loucura. O pequeno-almoço também espectacular, com um sumo de morango natural de babar. E o melhor? A malta puder ir de roupão para o restaurante. Assim como se estivéssemos em casa. Para não se perder tempo no caminho para as piscinas. Para onde fomos até ao último minuto antes de deixarmos o hotel. Onde fizemos duas aulas de hidroginástica e na noite anterior uma caminhada nocturna para conhecermos a vila.

Depois do check-out (porquê, mas porquê?!) seguimos para a Covilhã onde ficaríamos a última noite no Puralã, que pertence ao mesmo grupo do H2otel. Também tem piscina interior ( a mais quente de todas!) e onde conseguimos estar um par de horas sozinhos, entre braçadas na piscina e o jacuzzi. No fim do dia, cada um de nós fez uma massagem relaxante no spa, antes do jantar. O bar e o restaurante do hotel são muito giros e valem a visita. A cama deste quarto foi a minha perdição - gigante! Dava vontade de levar para casa. O pequeno-almoço também era muito farto e diversificado e tinha o melhor bolo de manga que comi na vida.

Não sei quantos quilos trouxe a mais, mas a verdade é que o homem pôs-nos a dieta extrema esta semana. Já vomito saladas e ainda nem ao fim da semana chegámos.













Bruxas??!

 Dia de todos os Santos e o meu gato desaparece misteriosamente??!! {Primeiro uma tartaruga, agora um gato??} Não há bruxas o car****