domingo, 21 de junho de 2020

Os silêncios da doença mental

Já se adivinhava um aumento da taxa de suicídios, mas ninguém espera tal desespero de um homem bonito, bem sucedido, pai e marido, aparentemente amado e acarinhado por todos.
Talvez não se tenha amado o suficiente. Que não se amou.

Também dizem que teria acompanhamento psicológico. E até possivelmente medicado.

Mas quem já passou por determinadas experiências ( e eu tenho muitas!) sabe como funciona a saúde mental, em Portugal.

Não funciona.

Há uns anos também vivi um período muito negro, e sobrevivi, à passagem pelo departamento de psiquiatria, de um hospital da área.

Duas consultas. Para uma baixa médica de um mês. Na primeira contei os meus dramas da altura, e a psiquiatra receita-me os famosos antidepressivos. E mais qualquer coisa para dormir. Fui à farmácia. Nunca os tomei.

Sempre tive para mim, que aquela mistura entre o sonâmbulo e o toxicodependente, não cura nada. Muito menos depressões.

Estive um mês mergulhada num espírito de automiserabilização, fechada em casa, sem dormir, a alimentar dores inúteis na verdade.

Depois fartei-me. E fui à minha vida.


Há dois anos, voltou a crescer em mim, a sombra da depressão. Voltei a cair, mas já com conhecimento de quem sou e como reajo. Escrevi, escrevi. Obriguei-me a dormir. Fiz um processo longo e, até muito rápido de cura.

E fui à minha vida.


Hoje tenho muito mais ferramentas, truques simples, formas de pensar e sentir, que me dão muito mais estabilidade emocional.

Se, neste momento, sentes que precisas de apoio, pede ajuda. Mas pede mesmo.

Porque quanto mais tempo levas no escuro, mais ganhas receio da luz.

Um abraço apertado,













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Bruxas??!

 Dia de todos os Santos e o meu gato desaparece misteriosamente??!! {Primeiro uma tartaruga, agora um gato??} Não há bruxas o car****