sábado, 4 de abril de 2015

Dia 31 em palavras

Começou a correr para não variar. Deixo o puto, venho a casa deixar o cão. Vou para Oeiras. Passo em Vila Fria para tratar de umas coisas. Apanho uns "conas de sabão" na estrada. Velhos. Controlo os pensamentos mas não evito a blasfémia. Assim que entro na sala, tudo às escuras com uma apresentação qualquer. Boa! Era mesmo o que precisava! A adrenalina do dia acumulada e eu parada! Faço o que tenho a fazer. Já atrasada sigo para Caxias. Ainda tenho um texto para preparar. Almoçar. Sentar-me à frente do pc e desesperar por não conseguir escrever uma linha. Corro ao wc. Corro à vinda só para libertar a energia, Acabo o texto. Preparadas para sair. Carrinha tapada. Desespero. Entro na Marginal. Mais alguns empatas. A fazer um esforço porque sem os óculos graduados, que parti (mais os outros que perdi!), não vejo palminho.

Chegamos, numa excitação. Bocas e conversas de circunstância. Olham para ela - ah, dizem que tem quantos metros?! - já habituada às reacções iniciais, nem ligo. Temos que esperar até às 15h. Olhamos em volta. Tanto homem, Senhor! Só penso, estou na profissão errada.

Vocês são gémeas? - atira ele. O que? Somos parecidas?! - nem irmãs quanto mais gémeas!? E ele continuava, podiam ser gémeas. Ela atirou - isso é alguma nova forma de engate?! Os outros à volta só se riam. Eu pergunto-lhe se ele tem algum fetiche com gémeas. Ele ri-se. Rimos todos.

Desenrolá-mos a manta e calamos todos à volta. Muito perto dos 90 metros. Chega o speaker. Também é presidente de uma junta em Lisboa. Explico o projecto. Faz uma chamada e confirma que vão aderir.
Tudo pronto para irmos embora. Voltamos a Caxias. Organizamos as coisas. Saio atrasada para ir buscar o rapaz. Ainda tenho de passear o cão, e tomar banho e dar de jantar. E atender chamadas. E mensagens. Ainda me ligas e tentas arranjar problemas para não apareceres. Quebro-te os argumentos. Começam novamente as chamadas e o atraso a dar cabo de mim. Chega ele, Ainda a vou buscar. Recebo a mensagem a dizer que já se cantava o hino. Nós perdidos no Estoril. Eu à beira de um ataque de nervos. Já perto, diziam-me que haviam uns quantos homens congelados à porta de um estádio. Já perto, saímos do carro, no meio do trânsito. Correndo os três feitos malucos. Nós e mais umas quantas dezenas de apoiantes de Cabo Verde.
Procurei-te e encontrei-te logo. Apareceram os outros. Corremos mais um bocado. Finalmente entramos no estádio. O resto do grupo não estava no sítio. Ligo-lhe. Digo-lhe para se levantar para os encontrar. Já depois de todos sentados, digo não é aqui. Vamos. E toda a gente me segue. E eu para não variar sem saber para onde ir. Lá a encontro. Sentamos-nos. Finalmente dou-te a atenção que esses olhos mereciam. És mais tudo o que podias parecer. À nossa volta apesar de um jogo de futebol, apesar de ali estar o meu filho com o pai, E um dos meus amores maiores. Causando-te alguma estranheza esta facilidade de interacção. Ao intervalo, e mesmo com a mudança de planos, deu para aproveitar a alegria de ver a manta ser desenrolada. Ali para aquela gente toda. E a euforia maior quando descobri que tinha aparecido em directo na RTP 1.

Conhecer-te ali, no meio das minhas pessoas, Naquele momento só podia ser um acontecimento feliz. Mesmo quando gelamos à espera que pudesse levantar a manta. Ou foste pedir aos paramédicos para ajudarem a acartá-la. E o (nosso) final da noite. Na tua praia preferida, E num dos meus lugares preferidos. Como te descobri facilmente, E deixei-te em casa. E voltei cheia de adrenalina, Com as lentes de contacto. Que nunca consigo tirar sem quase arrancar o olho. Como me deitei só às 4h30 para processar dos dias mais felizes do ano. E de muitos anos.

E, é este dia, que irei transformar numa tattoo.

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Bruxas??!

 Dia de todos os Santos e o meu gato desaparece misteriosamente??!! {Primeiro uma tartaruga, agora um gato??} Não há bruxas o car****