terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Balançar 2014

Foi um ano bom. Foi um ano muito bom.

Passei a doente crónica. Em todos os meses do ano passei por um consultório médico. De diversas especialidades. Já sou uma espécie de "velha- nova" da minha médica de família. Aprendi que a minha agenda depende, em muito, dos meus pulmões e do tempo. Especialmente da humidade. Aprendo que hoje não é amanhã. Aprendi a falhar. Mas apesar de lidar mal (ainda) com as minhas falhas, o meu nível de exigência comigo mesma, acabou, invariavelmente, por descer. Claro que fico lixada quando falho, sou de um azedume comigo própria, mas basicamente fico feliz por respirar.

Fico feliz por respirar.

Este ano viajei. Mais duas ilhas. Madeira com o puto, Lanzarote, sozinha, no meu retiro anual. Em Lanzarote, basicamente tive das melhores férias da vida. Claro que, conta o facto de ter passado uma noite de puro sexo com o animador do hotel. Sem sequer saber o nome dele. Foi a primeira vez que tive sexo assim. Não foi certamente a última. Apesar da noite escaldante em Junho, foi um ano pobre em sexo. Uma abstinência compensada largamente pelos meus orgasmos caseiros. Sim, eu sei! Não é a mesma coisa! Mas quantas mulheres andarão por aí, insatisfeitas?

Enfiei-me num SPA, e ia morrendo na praia, com um deslizamento de pedragulhos. Não morri. No entanto, ressuscitei no Duche Vichy a duas mãos.

Sou feliz com massagens e peixe grelhado na Nazaré. As ondas deixo para o MacNamara. E, quando lá estive, o frio era tanto, e virei a minha mãe, a disfarçadamente afastar a borda do bikini, e "xixizar" mesmo ali. Sou feliz quando consigo recordar a aflição de tentar conduzir aflita para cagar ( de esguincho) e tentar controlar a velocidade enquanto apertava o cu. Isto depois de duas voltas, pelo centro da vila, a fugir de cães enraivecidos, que ladravam atrás do carro e tentavam morder os pneus.

Sou feliz porque rio de mim mesma. Mesmo quando sou assombrada pela minha metade negra. Mantenho o humor. Faço por rir. E rio.

Foi um ano bom. Fiz mais uma tatuagem, ou serão duas? Que demorei dois anos a idealizar. É exactamente o que eu queria. E, porque devemos sempre agradecer, perdoar, e amar. Lo Siento, Perdona-me, Gracias, Te Amo.

 Sim, amo. Apesar do ano inteirinho que passei sem ti. Ou contigo num estado intermitente. Como me disse uma amiga nossa: - eu tenho de deixar de querer quem não me quer! E ela tem tanta razão. Eu queria. Juro que queria. Tento ocupar a minha cabeça com tantas coisas diferentes. Mas tudo acaba em ti.Na falta do teu abraço. Concentro-me nos teus defeitos, que consigo enumerar, mas dos quais chego a sentir falta. Aprendemos a relativizar tudo na vida. Aprendemos que afinal esse amor verdadeiro, existe e, pode mesmo ser para uma vida, ou uma eternidade, quem sabe?

E, que podemos sem dúvida, morrer por amor. Ou da falta de amor. Ainda não é o meu caso.

Foi um bom ano. Conservei os amigos e reencontrei uma. Vale por dúzias. Os meus amigos já aprenderam a lidar com a minha estranha forma de vida. O meu estado de permanente reclusão. Não é por mal, é necessidade.

Foi um bom ano. Tive e, tenho o Tricota esta ideia! É talvez o projecto da minha vida. Ou talvez seja o primeiro de outros. Mas o orgulho e o carinho de tanta gente. Faz-me ficar com um sorriso de orelha a orelha. Falei com pessoas do País inteiro. Falei para o País inteiro ( eu sei, foi para a CMTV!) mas aquela Manta, faz-me levantar para ir trabalhar. O envolvimento das pessoas, da comunidade pelos direitos dos idosos faz-me querer mais. Ai, senhores e eu quero mais. E hei-de lutar até conseguir.

Foi um bom ano. E, para o ano, dê por onde der, vou a Cuba. Antes que os americanos acabem com aquilo.

Obrigada Universo.


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Bruxas??!

 Dia de todos os Santos e o meu gato desaparece misteriosamente??!! {Primeiro uma tartaruga, agora um gato??} Não há bruxas o car****