São aproximadamente 3 horas de ferry entre Phuket e Phi Phi. O caminho todo com ondas e agitação marítima. Duro!
Depois ainda trocas de barco até ao hotel. Entra a recepcionista do hotel para confirmar as malas e os quartos. Olha para mim e pergunta-me - alone?
-Yes!
Uauuu disse-me ela.
Gostei logo dela.
No barco, uma americana já não aguenta mais a agitação nem o enjoo. Dou-lhe a mão, ajudo-a para que se foque e respire. Ela diz-me que às vezes temos de sofrer para poder ver lugares especiais. É assim mesmo.
Chego ao hotel, dão-nos a típica toalha refrescante e o sumo. Fazem o check in. Lip, como se chama a rapariga com quem simpatizei, acompanha-me ao quarto. Claro que tinha de ser o mais longe e com mais escadas para subir. Refilo com ela - odeio escadas! Ela ri-se!
Digo que vou passar a noite a ligar para a recepção só para a chatear. Ela ri mais.
Visto o fato de banho e vou direta à praia. Mar! Assim que mergulhei senti um alívio. Um banho de alma. Já não me lembrava como era salgado. Quente.
Um banho que me tira o cansaço de quase 40 horas sem dormir.
Olho à volta e vejo um casamento. Ironia filha da puta!
Começo a andar pela praia. Sentir a areia branca passar-me pelos dedos. Estou exacerbada com esta beleza. Começa a escurecer e tento regressar ao quarto. Procuro as placas, ando às voltas. Não encontro a porcaria do quarto. Peço ajuda e ele acha que estou a gozar. Não estou. Vem outra pessoa e diz-me mas aqui é o 304. Não, mas o meu é no alto. Vou confirmar o número da chave. Olho para a chave, sim é o 304. Olho para a farda da rapariga. Ok! O meu quarto é o 304 mas noutro hotel.
Rio-me, claro!
Volto ao meu hotel e vou à recepção: Lip, estou perdida e tu vais ter de me levar ao quarto. Ela panica. Eu rio. E descubro-o!
Tomo banho, visto um vestido - que gostavas e, pinto os lábios. Estou leve. Vou jantar, mas levo a lanterna que o hotel tem nos quartos, para conseguir regressar. Sem me perder.
Escolho uma mesa na areia. Há música ao vivo, velas e o mar ali. Peço para levantarem o segundo prato da mesa. Estou sozinha, porque preciso do outro prato? Peço uma cerveja e um caril verde de gambas. Pouco picante. Vem muito. A jantar está um homem sozinho. Muito mais velho. Sem ele saber, admiro-o. Também ele acreditou que merecia o paraíso.
Volto ao quarto, sem me perder.
Adormeço. Acordo nem 3 horas depois. São 2 da manhã. Estou na varanda. Oiço os animais e sou picada por mosquitos. O vento a embalar a bananeira mesmo aqui de fronte. As rãs, os grilos e cigarras. Os barcos ao longe. Oiço música e ainda deve ser do casamento. Não interessa!
Pouca coisa interessa.
Talvez apenas dormir!