quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Feliz Natal

É manhã de Natal, e não faço ideia de que dia da semana estamos. Deitei-me às 3 da manhã, acordei às 4:30,6:15 e levantei-me às 8. O silêncio da manhã de dia 25, é quase comparável a uma manhã de domingo, só que melhor. Está sol, está frio e estou feliz.
Só por si, é estranho, quando ainda devia fazer mais um bolo de chocolate, e endoidecer a fritar sonhos novamente.
Ontem, fiz os de abóbora pela primeira vez, e recebi como elogio do meu padrasto: " quase tão bons como a minha primeira sogra!" Respondi-lhe que era melhor comer o segundo, só para ter a certeza.
Ontem brinquei com uma criança, mesmo com um gorro de pai Natal erectus na cabeça. Rimos, como há muito não fazíamos. Falei com o meu pai, com tios que não via há anos, e primos que desconhecia a existência.
Não tive o Rodrigo comigo, mas tudo na vida tem de facto, a importância que nós lhe damos .
Há um ano, passei por esta data, com a maior tristeza da minha existência.  Este ano, agradeço por um ano extraordinário. A benção de estar viva. Da família, dos amigos que são família.
Quis acabar o ano como comecei. E voltei a inscrever-me em dois cursos. Tenho em mim uma sede de novidade, de querer saber. De me ajudar a mim, e aos outros.
Sou feliz nestas permanentes mudanças, de percepções, de viagens, de rotinas pouco rotineiras.
Até terminar o ano, farei a minha 24° viagem de avião de 2019. É um número redondo, bonito. Faz hoje 5 meses, que uma viagem me trouxe pessoas bonitas. O tempo passa, e cura tudo.
Agora vou fritar sonhos e fazer bolo de chocolate. Feliz Natal ❤️

sábado, 14 de dezembro de 2019

Viagens e expectativas

São 3 da manhã. O meu despertador vai tocar em 15 minutos. Deitei-me. Revirei-me, até aquecer os pés. Desisti de tentar dormir. Tenho voo daqui a menos de três horas, duas malas feitas, e 2 kgs de bacalhau congelado, para ainda lá por.

Devia ter voado quinta-feira, mas a morte do meu padrinho, fez-me adiar a viagem.  No entanto o delegado de saúde, adiou-lhe o funeral. Mas eu já não adiei novamente.

Conclusão: uma viagem, duas noites perdidas e a entrada na exposição do Leonardo da Vinci, adiada até data indefinida. E sem funeral...


Viver sem expectativas, é aprender que a vida está sempre a mudar. É aceitar que não podemos controlar o que nos acontece, mas devemos tomar rédeas do que sentimos e pensamos sob as situações.

P.S. Cláudia, vi uma estrela cadente. Pedi por ti. Vai com tudo mulher! 😘😘




quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Workshop de Macramé - Presentes de Natal


Neste Workshop vamos fazer um Painel de Parede e porta-chaves, aprendendo os principais nós do Macramé.

 Vamos também distinguir os diferentes tipos de corda e como escolher o material para cada peça.

Não é necessário qualquer experiência.


✔️ Inscrições limitadas;

✔️ Materiais incluídos;

✔️ Inscrições e para informações: missãofazte@gmail.com

✔️ Pagamento por MBway ou transferência bancária

❤️ Vamos dar mais amor este Natal ❤️

P.S.  O Coffee break é incluído 🤫🤫

domingo, 6 de outubro de 2019

Coisas que oiço ou sinais do universo?

No dia em que assombrações voltam, entro no carro para ir votar, e começa esta música de Xutos....

E, a bem da verdade, mexeu com tantos recantos internos, que nem um banho de mar, purificou.

Amanhã volto. 
Ao mar. 
Mesmo com "pezinhos de lã"...

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Zanzibar, desde o regresso...

Deveria escrever. Assim como tomar decisões, que não estou preparada. Cheguei há duas semanas. Continuo no fuso horário de África, com um ritmo pole pole. Falo com Paris e Zanzibar, na mesma língua, todos os dias.
Foram muito poucas as pessoas com quem falei, desde que voltei. Só revi uma amiga. E das poucas que senti verdadeiramente a falta. Talvez por saber que ela precisava de mim, mais do que qualquer outra.
Não estou habituada às luzes e aos aviões nos céus. Sinto-me desfasada. Do tempo, no espaço.
Voltei para casa, o meu suposto lugar seguro do mundo, e todas as noites sonho em partir. Não é aqui que quero estar. África tem o poder de se entranhar, e de não nos deixar esquecer, de onde são as nossas raízes.
África, sempre foi e será um sonho.  O de ir e o de regressar. Feito sempre a dois tempos. Ir e voltar.

Lá fora, vizinhos discutem, e um adolescente grita. Não estou habituada a barulho, excepto de músicas típicas e corvos desaustinados.
Faz-me lembrar o meu pequeno Edward. Dois anos, de criança de sorriso aberto e abraço estendido. Criança de esperança, numa família Masai, ainda tribal. 
Edward, a arder de febre, de manhã à noite, com uma amigdalite. Com a boca carregada de aftas. Às vezes, temos de ultrapassar o correto, quando todas as outras situações de emergência nos falham. Especialmente a comunicação.
Sinto saudades da minha tribo Masai. Mesmo carregando em mim, as suas pulseiras nos tornozelos.
White Masai - tantas vezes me chamaram.
A futura presidente de Zanzibar, como me gozava a minha companheira, destes tempos.
Quem sabe. Um dia já quis ir para a política. Só que não tenho feitio para engolir sapos.

Tenho esfregado o chão e as paredes, numa tentativa frouxa de limpar as minhas sombras. Foi um ano de carrocel. Altos e baixos. Com uma descida vertiginosa, no fim de outubro de 2018.
Casei por amor, divorciei-me contrariada. Descobri em mim, poderes incríveis e nele, as sombras por revelar.
Volto a Zanzibar.

Já voltei à demasiado tempo. Continuo a pensar que não estou no "right place".

"Você precisa de um lugar quente e húmido!" - dizia-me o pneumologista na sexta-feira. 
Isso sei eu.

Isso sei eu!!!

Tenho saudades. De ver o mar a ir e a vir. Pintado de todas as cores. Verde, azul. A areia fina. Os cheiros da terra, e das pessoas. O cheiro de Stone Town, que reconhecia logo à entrada. Um misto de lixo, plástico queimado e animais pela rua. Pessoas vestidas de todas as cores, ou panos pretos com olhos. Aqui convivem, numa aparente sintonia: mulçumanos e católicos. Em dois extremos de pobreza.
Numa vida ainda tribal, que a nós pode chocar.

É uma viagem pela história ao vivo.
Os Masai, povo que vive nas savanas africanas, ainda vivem em tribo. Mesmo com smartphones e Facebook. São católicos. Vivem em aldeias, onde cozinham a lenha,  na rua.  As mulheres fazem pulseiras de missangas. Sentadas no chão. De trapos azuis e descalças. Sem cabelo. Sorriso franco e sofrido. É para "nhame nhame". E para água.

Lidar com fome e sede, dói muito.
Dói mesmo.

Mas tenho a experiência de me saber salvaguardar. Já sei que não tenho o poder de salvar o mundo. Apesar de às vezes, ainda sonhar com isso.

Acabei de comer um maracujá. Dos nossos. Temos do melhor maracujá do mundo, por onde andei. Mas Zanzibar tem a melhor manga. Doce, deliciosa, consistente, sem fio. Perfeita.

Tenho saudades do risoto de lagosta e de caranguejo. Do melhor nogat de amendoim que já comi. E dos crepes do pequeno almoço. A melancia às 11 da manhã e as pipocas às 17. Mesmo antes de começar a sinfonia de canários para o por do sol.
 12 horas de luz.
3 pores do sol. Dois nasceres fotografados.

(O caraças do meu novo vizinho velho, tem um toque de telemóvel, que me endoidece. Um misto de um pato com uma sirene.)

Tenho fotos com peixes, mas não consegui nenhuma selfish. Vi-me lixada para sair da água, em Mnemba. Na verdade, vi-me fodida. A água estava demasiado fria, com muita corrente e poucos peixes. Quando cheguei ao barco, agradeci a Alá. É importante agradecer ao Deus, onde estamos. ( É só uma piada!)
Na verdade, as sirenes de chamada para a reza, são demasiado penetrantes para que nos esqueçamos delas. 5 vezes ao dia. A primeira antes do nascer do sol. Todos os dias. Por ali não há desculpas.
Só muitas contradições.

É como encontrar masais na discoteca, e só os reconhecer pelas pulseiras. Agarrados a velhas. Agarrados a novas.
A dançar com aquela ginga especial. A alegria do momento.
Amanhã é longe demais - não gosto particularmente da música, mas adapta-se na perfeição.
Waikiki, sextas à noite. 30 minutos para cada lado. Pista na areia. Tambores e danças africanas em varandas. Cuspidores de fogo, só para dar aquele cheiro nauseabundo do querestese. Ou qualquer coisa dessa natureza.
A música não é grande coisa, mas serve para os italianos fazerem as coreografias com os locais.
Uma negra abana-se até eu ficar tonta, e lanço um - i hope you like meat...

Tenho testado o meu humor em inglês. Não é fácil. Sempre foi o meu calcanhar de Aquiles. Não que falasse melhor outra língua, mas o francês era fácil para mim.
Ainda hoje, apesar de não falar, consigo entender.

Nada como viajar para aprendermos. Viajar , viajar dentro, fora. Viajar por dentro de nós.

Estou a fazer uma canja. É domingo e preciso de conforto. A máquina da roupa acabou de lavar.
Como a canja e biscoitos de canela.
Ainda não estendo a roupa.

Fernão de Magalhães, foi morto por canibais, em 1521, em Mactan.
 Quero ir às Filipinas. O Fernão é só uma private joke.

É segunda-feira. Está sol. Já limpei a liteira dos gatos e despejei dois sacos de lixo. A roupa ainda está húmida. Os gatos chateiam a tartaruga, que está no seu passeio matinal. Continua sem nome, apesar de estar enorme e cheia de manias.

Relembra-me Prison Island, reserva de tartarugas gigantes das Seicheles, onde outrora (quase que) foi uma prisão de escravos.

 Quando era miúda e respondia à pergunta parva, de qual o animal que gostaria de ser, era a tartaruga que escolhia. Porque vivem para caraças. Não percebendo eu, ainda na altura, que não é viver muito, mas viver com tudo, que é importante.

Das muitas contradições da minha vida, a mais recente chama-se Coach de Relacionamentos. Eu, o verdadeiro sentido, do azar ao amor, tenho 18 valores no curso de coaching de relacionamentos. Dá-me uma certa piada.

Especialmente, agora que acabei de saber, que o ex já casou. Podia ficar triste, descabelar-me, ou chorar até ficar feia. No entanto, o abalo nem deu para fazer estragos.

Os gatos dormem na mesa da cozinha e fico feliz, com a sua versatilidade. Da mesa, claro. Não sei porque é que eu alérgica a gatos, tenho dois cheios de pêlo.
Deve ser a mesma razão, porque adoro fazer macramé, mesmo ficando horas a tossir.

Tenho uma peça começada, pendurada nas escadas, e um candeeiro para terminar. Mas está muito húmido e não é bom para os meus pulmões. Esta entrada no outono mata-me lentamente.

 E já passou quase um ano.

 Neste momento, parece que passaram muitos mais. Porque colecionei memórias. E histórias. E adicionei pessoas, línguas e países. Fui estudar. Estudei muito.

Dei workshops. Chorei e ri. Chorei até rir, ri até chorar. Dancei como nunca. Apresentei-me às sombras. Descobri o meu Deus - em mim, e aprendi uma oração em hindu. Tenho-a partilhado, porque acredito verdadeiramente, no seu poder.

Tenho um buda no corredor, é uma estrela de David, desenhada nas unhas. A semana passada entrei na Igreja Matriz de Lisboa e rezei. E acendi uma vela nos Jerónimos.
Agradeci.
Bebi vinho nas muralhas do Castelo de S. Jorge. Os copos são inquebráveis, mas a 8€ o copo de vinho, a bebedeira não é grande.

Se lhe acrescentarmos a amêndoa amarga,  a ginga nos Restaurantes, e mais uma garrafa ao jantar, podemos ficar a dançar "toda a noite", no meio da rua.

Memórias.




sábado, 21 de setembro de 2019

Crónicas do nada I


É sábado. Sinto-me como se fosse domingo. Passei a semana a pensar que hoje podia dormir. Não dormi.

O meu gato come que nem um labrador e atacou-me o pão, durante a noite. A tartaruga dá cabeçadas no aquário para pedir comida.

Continuo a sentir-me no domingo, mas sei que é deste tempo assim assim. Não me apetece fazer rigorosamente nada. E é o que vou fazer.

O gato chateia a gata. Tenta comer a comida da tartaruga.

 Missão chateia a Mel de morte. Brinca com tudo e continua a fugir de pessoas.
Estou completamente bored e o melhor é  não ir ao shopping.

Missão chateia a tartaruga. A esta hora já devia de dormir, mas a mim o que este tempo tira, a ele dá-lhe.
E continua frente a frente com a tartaruga, ainda sem nome.

Tenho duas unhas partidas, desde terça feira, e não quero saber.

Continuo a adorar o meu cabelo. Cresceu, está forte, natural, e enquanto nos brancos, vir loiros, vou abster-me de pintar.

Missão dorme e eu chateio-o.

Chove. Muito, pouco. Chove.
Sinto a pressão da sinusite sobre os olhos. E um cansaço que já atribuo aos astros.

Talvez durma. Mas sei que será a tarde toda e quero evitar descontrolar horários. Mas a cama chama-me baixinho, quase num sussurro.

Estive a manhã toda a controlar a que horas acordava a vizinha da frente, até que percebi que dormiu fora. Não tenho qualquer interesse em saber a que horas ela acorda, mas às vezes ocupo a cabeça com coisas inúteis.

Há quem veja televisão ou leia revistas cor de rosa.

Há quem viva e sobreviva.

A cama continua a assobiar-me levemente.

Vivo com poucas culpas e muito menos "ses". Uma grande e alguns ses. Todos do passado.
Permito-me poucos arrependimentos. Resulta para mim. Não será assim para todos.
O vizinho pançudo ouve Tina Turner. Simply the best.

Assim seja!







sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Aos parabéns da Ana

Fazes anos, e apesar de, apenas termos 9 meses de mundo físico, o que te tenho não cabe em palavras.

Salvastes-me. Por duas vezes. Quando me deste colo e a mão. E no momento em que me apercebi, que me tinhas salvo.

 És o meu anjo. Minha guia de espírito, partner nas sombras, companhia nos altos e nos downs.

Tens um dos corações maiores que conheço, mas sufocaste tanto. Queres entender e compreender tanto, dos outros, que te esqueces de te ouvir mais vezes.

Somos uma dupla de três nomes, com lados opostos da mesma moeda. Giremos juntas, num balanço perfeito.

Parabéns Ana!

Amo-te para a vida...

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Viajar no mercúrio retrógado

17 de julho, 15:00

Chego ao aeroporto de Lisboa. Despacho os 23 kg de bagagem e continuo com 8 às costas.

Estava com uma ansiedade brutal, fruto de semanas sem dormir, um curso para acabar, e 3 voos pela frente. Sentia apenas que a viagem ia ser complicada.

Foi.

Por volta das 16:00 sai a informação que o meu voo para Madrid, ia sofrer uma hora e meia de atraso. Para mim, era claro que já não apanhava a ligação, mas para a TAP, não era assim tão certo.

O meu voo previsto para as 19:00, saiu às 20:40, e cheguei a Madrid, a ver o avião onde deveria ir, descolar. Quando sai do avião, tinha uma hospedeira a dizer-me para ir buscar a mala, e ir procurar os escritórios da WFS, no terminal 1.

Assim fiz.

 23kg + 8 kg para o terminal 1, onde apanho o escritório fechado. Vou às informações, e está um espanhol asiático, que me diz que agora está fechado e só amanhã. Começo a ter palpitações.

Procuro outra pessoa com farda da WFS, que não me sabe dizer nada, mas que me diz que os escritórios do terminal 2 estão abertos.

Nesta altura, perto da 00:00  volto a correr o aeroporto, até encontrar a porcaria dos escritórios.
À minha frente, portugueses, claro está. Também iam no outro voo para a Etiópia como eu.

Eles, em lua de mel.

Iam-me dar um quarto num hotel, mais um voucher e seguiria viagem, ao 12:00 para Istambul, e depois para Zanzibar.
Chego ao hotel por volta da 1 da manhã e recebo um saco plástico com o jantar. Foda-se, mas isto é que é o voucher do jantar?!?

Adormeci tardissímo! Nem a cama imaculadamente branca, me deu o descanso que precisava. Adormeci de manhã e já não fui ao pequeno almoço.
Volto a cruzar-me com o casal no check in.
Também gozaram com o jantar. Mas eles tomaram o pequeno almoço.

Mais 3 horas no aeroporto.
Outras 5:30 até Istambul.
Aeroporto gigante e dos mais giros onde tive. Mas o tempo da escala foi quase todo para chegar à porta de embarque.

Mais 7 horas de voo.

Chego a Zanzibar, às 3 da manhã, do dia 19. Sexta-feira.
Passo o visto, já sei o que vai acontecer. Vou direta comprar o cartão de internet, trocar dinheiro e buscar a mala. Passo a mala pelo raio x, e vou procurar o meu motorista.
Não está.

São 3:30.
Ligo, percebo que há-de chegar.
Espero. Eu, as malas e o cansaço.
Ele aparece.
Ainda tenho uma hora de carro até ao hotel.
No caminho atropelamos um lemúre, que se atravessou na estrada. Fiquei arrasada.
Mais à frente, cabras a dormir na estrada.

E uma mota com um gajo e duas fulanas. A detrás demasiado despida para uma mulçumana. Demasiado. E bêbados.
Uma total surpresa, para mim.
Para ele, nem tanto. Vieram de uma festa e ela antes de chegar a casa veste-se, e está tudo bem.

Chego por volta das 5.

Fico num quarto com vista de praia. Oiço as ondas. Sei por isso que está maré cheia e de manhã não vai haver mar.
Às 6, cai uma carga de água e oiço o chamamento para as mesquitas.
Durmo até às 8:30.

Vou ao pequeno almoço, fazer o check in e ver os amigos.

Não me consigo mexer. E passo o dia assim. Marquei uma massagem na praia. E conseguia ouvir os nós das costas.
Aproveitei o relaxamento e dormi 2 horas de sesta.

Jantei, dancei a coreografia da praxe. É 00:00. Estou na cama a escrever este post.

Viajar é ganhar histórias para contar, mas viajar com mercúrio retrógado, é do caraças!!

Hakuna Matata.






quarta-feira, 17 de julho de 2019

É hoje.

Falta-me fechar a mala, e escolher a roupa da viagem.
 Imprimir cartões de embarque.
É 00:20 e tenho ainda dois trabalhos para acabar, para concluir o meu quarto curso deste ano.

Tirei o gel das unhas, cortei o cabelo e não pintei.
Tenho mais cabelos brancos que madeixas loiras e isso podia irritar-me anteriormente, mas nesta altura faz-me rir. Tenho as mamas descaídas a precisarem de um sopro de silicone, os braços demasiado elásticos e celulite que finjo que o verão esconde. Também na verdade, podia me preocupar com tudo isso e com as olheiras que carrego, em forma de panda permanente.

Podia também fingir que na mala carrego vários conjuntos a fazer pandant, mas os meus quase 23 quilos de bagagem, levam muito mais que isso. Levam um sonho com mais de 30 anos. Da menina sonhadora que queria mudar o mundo. Sei bem agora que não vou mudar o mundo, mas ganhei a certeza que o meu mundo vai mudar, crescer, expandir. Quando voltar, trarei muitos menos quilos na mala. Mas o que trarei na alma não se pesa.

To Be continued....


terça-feira, 9 de julho de 2019

Mercúrio retrógado ( again) e a mala de viagem...

Não sei se sabem mas astrologicamente estamos num período bem fadjojo. A palavra não é bem esta, nem existe, mas eu gosto dela.

Como estava a dizer, mercúrio retrógrado, eclipses, e mais uma combinação potente de conjunções perigosas.

Sabem o que rege mercúrio?
....

Sim? Boa!

Não?

( Ufa, alguém que vai aprender alguma coisa hoje.)

Muito resumidamente:

Mercúrio rege as viagens e a comunicação.


Retrógrado: evitar viagens e assinar contratos.

.....

.....

Quem é que vai viajar?

Milhares de pessoas.

 Como é óbvio.

E eu! 


Quem tem uma mala para fazer com uma check list imensa?

Eu!

Quem detestava fazer malas, depois passou e agora voltou em força?

Eu!




Só estou na lista do que tem mesmo de ser. E ainda me falta uma lanterna.

O mercúrio vai continuar marado, mas que se lixe.
Eu tenho uma mala para fazer....

terça-feira, 2 de julho de 2019

Bye bye Hair

Assusta-me as pessoas que não mudam. Que mantém o mesmo corte de cabelo, que não arriscam numa cor.
Pessoas  que vivema mesmas férias, anos a fio, e, que na loucura, trocam Vilamoura por Quarteira.

Já tive várias cores de cabelo, tantas quantas as opções de tintas de supermercado.

Depois descobri o loiro.
Fiquei-me por aqui.
 Umas vezes comprido, outras mais claro ou mais escuro.
O ano passado experimentei o cinza para os meus 40 anos.

Voltei ao loiro.

Sempre cortei curto em mudanças de ciclo. Estou a começar um.
Nunca estive tão forte, tão segura e poderosa.

Mas há uns bons anos que não cortava bastante. Passar 15 dias sem água quente, abriu o caminho.
E ainda bem.

Um brinde à minha melhor versão.
Com cabelo ou sem.






quarta-feira, 19 de junho de 2019

De gorda a magra...

Ontem, uma amiga falava sobre uma página com um estilo muito peculiar, mas com muitos seguidores.
 O seu grande feito, foi o emagrecer bastante.
Eu também emagreci muito, respondi.
-  Ah, mas ela tinha obesidade mórbida e perdeu muitos quilos.

Eu perdi o marido! 😅

Mas o que eu quero escrever não é tanto sobre o que me levou a ir de um 42/44 para um 34/36, mas o caminho inverso.
O que me levou a ganhar peso.

Estava feliz. Dizem que a felicidade engorda. Pode ser. Mas sou feliz agora. Já estive feliz, outras vezes. Mas tão gorda, só no casamento e na gravidez. Com sentimentos muito díspares entre eles, mas no fundo, ambos implicavam, aquilo que hoje sei que é o meu valor fundamental - a liberdade.

Também sei, que podes escolher qualquer dieta, podes perder os quilos que quiseres, mas se não mudares o teu mindset, mais cedo ou mais tarde, eles voltam para ti.
E esse é o segredo de qualquer dieta.

Na verdade, de tudo na vida!

É o encarar de frente, o que nos levou naquele caminho.
 As feridas que temos de olhar, compreender e perdoar.
A aceitação da nossa responsabilidade sobre o que nos acontece.

Que temos de deixar de ter medo, de responder às perguntas certas. O que nos magoou, o que queremos guardar ou esconder, do que temos vergonha.
E depois ai, quando te verdadeiramente, amas, compreendes e aceitas, deixas de engordar só por respirar.


{ Viver numa concha, é para as ostras, e nem todas dão pérolas. }




sábado, 8 de junho de 2019

Dia da criança e um gato

Na sexta-feira à noite, apaixonei-me por uma gata cinzenta, no meu feed de Instagram.
Acordei, liguei para o Centro de Apoio Animal, perguntei pela gata. Estava disponível mas com indicação, de um valente mal feitio.

Passei uma parte da manhã, indecisa mas acabei por sair de casa, ter de dar duas voltas para estacionar e chegar ao jardim de Oeiras, 20 minutos antes de fechar o CAA.

À minha frente, ainda tinha uma indecisa pela gata cinzenta e, olhei para outro lado.
Acabei por trazer um gato, com ar de lince e de velho, com boca de panda, e pelo a dar para o leopardo. Rabo de macaco e um maricas de primeira.

Trouxe o gato, sem saber muito bem, o que iria acontecer com a gata. Como uma mimadona como ela ia reagir a um bebé.
Pela primeira vez, ouvi-a bufar.


Assim que o soltei, fugiu para a casa de banho e enfiou-se dentro da coluna do bidé. Onde ficou horas. Saiu, comeu, miou, fugiu.
De manhã, estava no motor do frigorífico. Onde ficou o dia todo.

Segunda feira, descobriu a minha mãe e o Rodrigo, depois de encontrar a entrada para o móvel do lavatório. É onde gosta de dormir, em cima do papel higiénico.

Ele e a Mel, continuam numa relação de amor / ódio. Tanto ela o lambe, como a seguir o feita abaixo num golpe de wrestling. Mas normalmente estão desencontrados no ritmo.

Bem, ele nota-se que é gato de rua, apesar dos seus 2 meses. Foge sempre que me aproximo. Às vezes, irrito-me, apanho-o à força, meto-o no meu colo, enrolado no meu robe. E aí acontece magia. Missão começa a ronronar. E fica horas ali a dormir. Posso fazer tudo e ele fica ali, todo consolado.
Se o meter no chão e for atrás dele, foge novamente.

E à noite volto a fazer o mesmo. Dose de colo e amor. Até perder o medo.
Todos os dias descobre um buraco novo para se enfiar. E chama pela Mel. Especialmente quando ela está, onde ele não chega.
Eu, estou  apaixonada.
Muito.









terça-feira, 28 de maio de 2019

Ping Pong Show

Estava na minha primeira noite em Phuket, vinda do sossego das Phi Phi.
Cheguei ao entardecer, no momento em que tudo muda, e a cidade vira caótica.

A minha amiga holandesa, conhecida em Bangkok, já me tinha falado dos shows, mas também ela não sabia muito. Só que tinha muito pouco a ver com ping pong.


Quando entro na rua, onde tudo acontece, e sou abordada com os convites para os free ping pong show, decido arriscar.

Sou revistada, dizem-me as regras que não é permitido filmar ou fotografar, e entro numa sala, cheia de sofás manhosos, um ambiente estranho e dois japoneses perdidos com shots, enquanto agarravam as tetas de uma tailandesa.

Sentei-me num sofá individual, meia recatada. Havia um ou outro casal.
Era a única mulher sozinha. Talvez fosse a única pessoa sozinha.

Trazem-me a carta, 30€ uma cerveja, consumo obrigatório. Toma lá, o teu free.


Atenção: a partir daqui é só para maiores de 18. Pessoas sensíveis talvez não devam ler. Não vou poupar nas palavras.😬

Ponto 1 - ping pong show são cerca de 15 actuações, que envolvem mulheres, poucos homens, animais, acessórios e vaginas. ( Vou tentar ser educada para o choque não ser tão grande).

Ponto 2 - Existe uma actuação em que o público é convidado a ir comer coisas do corpo das "bailarinas". Um show lésbico e um trio numa actuação com velas e cera derretida.
São as coisas mais softs.

Ponto 3 - os japoneses já tinham 2 tailandesas ao colo, mas já nem abriam os olhos.

Ponto 4 - Paga-se para ir à casa de banho.

Ponto 5 - mulher que trás todo um jogo de bolas, dentro da vagina, que vai largando conforme a batida da música. E ora manda bolas para o lado direito, como para o lado esquerdo do palco. Eu que vi tartarugas a desovar, achei a cena muito idêntica.

Ponto 6 - mulher que trás meia garrafa de Coca-Cola dentro da vagina, e num gesto de precisão, volta a encher a garrafa.

Ponto 7 - sabem o número dos mágicos, com o lenço que nunca mais acaba?! Igual.

Ponto 8 - não sei o que me chocou mais: se as tartarugas, os hamsters ou os peixes. Vivos. Que entraram e saíram vivos. De vaginas.

Ponto 9 - Acho que foram os Peixes. Sim, sem dúvida. Peixes vivos a saltarem de uma vagina, para o aquário. Repetido 3 vezes, para os dois lados e centro do palco.

Ponto 10 - não vi todos.

Ponto 11 - saí dali e fui cumprir um ritual budista de lançar flores ao mar, numa espécie de ano novo.

Porque a vida acontece fora da zona de conforto. 😉


Crónicas de viagem #Srilanka#

Dormir 2 horas, não seguidas. Acordar antes das 4 e sem despertador. Não beber café. Sair do hotel em direção à rocha. Ainda é de noite e o objetivo é chegar lá acima para ver nascer o sol. As escadas são irregulares e os pulmões arfam. Quase no topo, não há escadas, só pedras que trepamos a custo. Lá em cima, vento. O dia já clareia mas as nuvens apareceram para estragar o momento. O sol nasce na mesma. A paisagem é deslumbrante. E, dizem-nos que ainda falta subir a outra Rocha - Sigiriya, a mais importante. Quase caímos para o lado, e queremos desistir, mas vemos os macacos ao pequeno almoço e vamos cheios de vontade. São só mais 1200 degraus?!! Com muita gente e ninhos de vespas gigantes. Ficamos avisados que se formos atacados, não devolvem o dinheiro. E subimos, subimos e subimos... e descemos, descemos. Vimos macacos e esquilos, e um elefante a dançar. Um elefante a dançar. A vida pode ser perfeita. Logo depois de almoço e de pernas à bamba, fomos de Safari. E elefantes às dezenas, no seu habitat natural. Elefantes de todos os tamanhos. Elefantes a correrem atrás do jipe. E macacos, águias e pelicanos. São dias destes que nos fazem ficar tão ricos quando viajamos...

segunda-feira, 27 de maio de 2019

Só eu, numa festa esquisita...

Já estávamos no fim da caminhada, quando ouvimos um alto som, a vir do meio do bosque.

Duas carrinhas, com uns grafites esquisitos florescentes, e dois gajos: um português, baixinho, vestido à Guerra das Estrelas, com vestido, uma fita no meio da testa, bem e umas botas, de pele, com lugar para o dedo grande. E o polaco, com ar de alemão, e relativamente, normal.
Explicaram que ia haver uma festa à noite, free, que ia ser fixe.

Decidimos que haveríamos de passar mais tarde, já que a música dava perspectivas de uma boa noite de dança.
Jantámos no "Almoça e Geme"- claro que tinha de escrever a piada- e lá voltamos de carro, para o local da festa.

Ui, cenário tão bom, que pensámos em dar a volta, sem sair do carro.
Mas há experiências que só se tem uma vez na vida....

Estavam uns 3 putos, sentados à volta da fogueira, qual deles com a moca maior. Não se mexiam. Nós sem saber onde ficar. Fomos para perto do polaco, que explicou que eles já andam na 7° dimensão, onde falam com animais. Certo.

O português que afinal, diz que vem das estrelas, mete-se a rodopiar com o seu bastão, em transe.

O vento trazia o fumo da lareira para cima de nós, e apesar de nos rirmos da florescência geral, tudo mudou. Após uma excursão até ao cagadouro do polaco. Aí o orgulho dele a mostrar-nos a sanita, feita de uma cadeira de bebé, e todo sistema de areia para tapar a merda.

Um artista, na dimensão errada.

Viemos embora, sem dançar.

Fica a sanita de recordação.









terça-feira, 21 de maio de 2019

Conversas matinais II

Qualquer coisa sobre o trânsito. Ele fala em rezar. Diz que já soube o Avé Maria e o Pai Nosso, mas que já não se lembra.
Eu começo a tentar. Falham-me os dois.
Volto a tentar.
Começo a rir-me e digo: nota-se que não vou a funerais há muito tempo?!

{Só eu logo pela manhã}

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Conversas matinais

Eu e ele.
Conta-me uma piada qualquer, sobre os TRex. Digo-lhe que o Conan tinha um fato meio dinaussauro, meio dragão.
Pergunto-lhe se os dragões existiram?
Ele, diz que não.
Que pena ! No tempo dos homens das cavernas, como não havia isqueiros, um dragão daria muito jeito! - digo eu.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Dúvidas de Maio

Estamos em Maio. Chove. Está frio. Já esteve calor. É Maio.
Duvido que seja Maio, quando olho pela janela, vejo a chuva e a vizinha da frente, com o roupão de mãe natal.
Semi-nua.
Talvez a cumprir alguma fantasia do marido. Ou apenas, também não acreditou que é Maio.

terça-feira, 30 de abril de 2019

Música do dia ou uma auto definição...

Música. Associo muitas vezes palavras a músicas. Andava a tentar encontrar uma canção, que me definisse. Que me apresentasse. Aqui está ela.

E vocês? Encontram uma música que vos define?

sábado, 13 de abril de 2019

Todos diferentes, todos iguais...

E chatos!

Foi uma semana cansativa. Quarta à noite tive um teste online e passei o dia a estudar, como não acontecia, desde os tempos da faculdade.

Quinta, tretas difíceis de gerir.
 Ontem, tinha de apresentar uma formação/ apresentação de 10 minutos para hoje. Acabei já tarde, depois de ter decidido à última da hora, o que fazer.

Adormeci muito tarde, dormi mal e acordei 3 vezes durante a noite. Hoje o despertador tocou às 6:15, enquanto descascava uma laranja, mandei as plantas abaixo, fazendo um chiqueiro lindo. Disse uma asneira, e pensei na regra dos 90/10 e passou.

Vou ter com a Ana, e com o GPS ligado, estrada cortada, estaciono e decido ir a pé. Começa a chover, perco-me, ligo-lhe e penso novamente na regra.

Chegamos ao curso em cima da hora.

 8:30. Sábado de chuva. Pessoas sérias e de estômago às voltas. Uma pessoa, duas, três pessoas. Os temas variam entre a cidade de Tomar e velhos. Aliás idosos. As quedas nos idosos, as demências, a solidão, morte súbita em bebés.

2 horas depois, uma pausa de 15 minutos.

Voltamos a temas extraordinariamente interessantes, que já não me lembro. E continuamos naquilo. Há medida que se me aproxima a vez, o pânico instala-se em mim. Então eu venho falar sobre nada, depois disto?
Sim, o meu tema era basicamente sobre nada. Apenas a chave do Euromilhões, viver sem expectativas. Viver o aqui e agora.
Só que ao meu ritmo. E só quem me conhece sabe o que isto quer dizer.
A Ana fechou com a respiração.
Depois de isto tudo, o que vamos fazer?!
Ver as filmagens das apresentações.
OMG!

Foram só 3 minutos de cada um, mais comentários. E há gente que precisa sempre de falar.
Comecei com uma fome, uma descida de hipoglicemia, a não ter posição na cadeira, a fazer de tudo, para aguentar as já quatro horas ali fechada.

Quando chegou a minha vez de me avaliar, fui honesta para dizer que nunca iria conseguir fazer o que, talvez seja suposto. Porque não sou eu. E cada vez menos abdico de quem sou, pela formatação dos outros.

O dia de hoje fez-me pensar porque é que me lembro tão pouco de coisas da escola. Porque foram raros os professores, capazes de me despertar interesse.

Hoje de 14 pessoas diferentes, 11 apresentações iguais. A ausência de cor, o formato, o discurso, a postura. Chatos.

Antes dizia que não gostava de pessoas, agora acho que o meu problema é com chatos.
Coisas do meu lado sombra, mas isso é todo um capítulo para outro dia.
Agora vou ao teatro.


sexta-feira, 12 de abril de 2019

Tortura, o nome que devia ser dado ao laser

Hoje fiz a segunda sessão de depilação a laser. Da primeira, antes de ir de férias, relembro a dor, os gritos contidos, e a Marta a tentar distrair-me, num quase monólogo.

Mas a dor é momentânea e, quando vemos os pêlos a cair, dá uma felicidade do caraças.

Convenci-me que ia avançar mais nas profundezas, mas nem eu nem ela, sabíamos da minha profunda religião.
É que chamei os santos todos, e só não rezei o Pai Nosso, porque era incapaz de articular uma frase completa.

Que dor. Tanta asneira, tanto salto, que eu dei. O que eu gritei.
Quando chegou a Ana, convencida por mim, a ir à tortura, agradeci já estar nas pernas, o que vale a uma dor relativa. Só um f-o-d-a-s-e muito demorado. Ou um c-a-r-a-l-h-o de quando em vez.

Ela entrou, perguntei se esperava por ela, porque ficava mais à vontade para gritar. Ela quis. Eu fiquei. Ela também gritou.

Dói para caraças, mas vai valer tanto a pena. Por analogia, pensei no sexo. Como perder a virgindade pode ser doloroso, mas depois é muito bom.






domingo, 7 de abril de 2019

Domingos

Gosto de acordar cedo ao domingo. É o meu dia preferido para madrugar. Quando ainda tudo está em silêncio e ainda oiço a natureza a despertar.

Mesmo nestes domingos nhanhentos e cinzentões, que noutras alturas, me dariam uma neura gigante, mas que hoje aplicando a regra dos 90/10, sou muito mais feliz.

E o que é isto dos 90/10? É permitir que os 10% de acontecimentos que não controlamos, estrague os restantes 90% do nosso dia.
Simples.

Gosto muito do cheiro da terra molhada e de ver as árvores a mudar de cor. De ver os pássaros a voar e ouvir os corvos por ai.

Depois lentamente, os vizinhos começam a seu ritmo a despertar, mantendo quase sempre padrões repetitivos.

Primeiro a do rés do chão em frente, depois os do outro lado. A seguir o segundo esquerdo e por aí fora.

Os cães são passeados, com as voltas meticulosamente cumpridas. Excepto hoje que chove.

E o "anda Diego! Despacha-te!" - repetido sempre por volta das 9:30. Não aconteceu.
Mas alguém está a limpar vidros em dias de chuva. Afincadamente.

Será que achar piada é uma forma de crítica? Ou será impossível para mim cumprir 21 dias do desafio, do não julgamento e críticas, incluindo a auto.

sábado, 6 de abril de 2019

Luas novas

Eu ainda não estava bem, continuava a alimentar fantasias, a sobrevalorizar uma relação, que no fundo, só teve verdade de um lado. O outro lado ficou suspenso em 1986.
A brincar às relações.

No entanto, diziam os astros que em Março tudo mudaria. E o mês foi passando e, efectivamente, tudo mudou.

Ganhei um grupo fantástico de amigos, nas duas formações, que estou a tirar. Para além da terceira que começou ontem.

Fui de viagem, ainda bem longe das respostas que queria, mas com um plano muito definido, sobre o que queria fazer.

 E cheguei lá, simplesmente caguei para tudo e apenas vivi. Aproveitei cada momento. Sempre.
 Na dádiva. 
E voltei com vontades.
Sem certezas.

 Depois de 1 dia de viagem, 3 aviões e muitas horas de espera, cheguei a casa, tomei banho e fui para o curso, falar de perdão. 
Sem ainda o conseguir fazer.

Mas um dia tudo muda. 
Porque no dia em que fiquei pronta, também vi a verdade. E ganhei tantas certezas.
 Que perdoei e até agradeci.

A lua nova em carneiro durante estes dias, dava a oportunidade de nos centrar  em objetivos concretos, de plantar sementes para o futuro.
E assim foi...

Vai ser um grande ano, com dois sonhos e infinitas possibilidades para concretizar.
Sem expectativas. Só metas e objetivos. 
Assim é! 

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Zanzibar, a viagem que se entranhou no meu Adn.

" O sucesso é igual ao resultado, menos as expectativas."

Viver. Só viver.
 Agora.
Não foi, nem será. 
É já. 
Ao instante.

Dançar todos os dias, descalça, até ganhar bolhas nos pés. 
Falar com pessoas novas, todos os dias. E com as mesmas. Repeti Jambo, Jambo (olá) continuamente. Hakuna Matata, igual. 
Aprendi palavras e ensinei outras, numa repetida troca de empenho. 
Fui tocada subtilmente e seduzida à descarada. Desejada e despida em pensamentos alheios. 
O mercúrio estava retrógrado, a lua cheia, e um monte de contraindicações.
A terra, o mar. Abraçar árvores e pessoas. 
Aprender, ensinar, dar.
Amar.
Cada momento.


Entregar-me. Sem pudor. Aproveitar. 
Fiz hidroginástica quase sem pé, e aprendi a contar até 3, com a coreografia final. Joguei à bola e marquei um golo à CR7. Fiz passagem de modelos de trajes típicos, e ganhei uma massagem, como primeiro prémio. 
Falei línguas diferentes. Tentei entender línguas. 
Fiz filmes em inglês e italiano. 
Joguei bilhar, com tacos sem giz e ganhei nos matraquilhos.
Ouvia o meu nome várias vezes. Ou Bonjour chérie ou Buongiorno bella.
Caminhei na praia de bikini, com dois homens e ouvia as miúdas a chamarem-me de "infiel". Vi um casamento na praia e os homens no mercado do peixe. À distância. 

Falei com turcos e com checos. Pus os checos a dançar, numa mistura de combate medieval com boxe. Ela perdida de "drunk". Sem conseguir articular uma palavra em inglês perceptível. Excepto quando falou do Maasai, de cabelo comprido. Girl's talk.

Dancei coreografias, várias vezes ao dia, até já falhar pouco.
Pisei bichos dentro de água, que deitam tinta vermelha. E fiquei maravilhada. Procurei estrelas do mar e vi ouriços coloridos. Vi, pela primeira vez, o céu do hemisfério sul, e perdi-me na imensidão das estrelas.

Nos primeiros dias o mar estava muito quente. Soup. 
Para cima dos 30 graus. 


Nadei com centenas de peixes, e agradeci ao ex, ter aprendido a fazer snoorkling. 
Ri à descarada.
Segurei em tartarugas e tive lémures na varanda, durante a noite. 
Falei com o diretor e o dono do hotel em português. Tentaram fazer-me um "arranjinho" com um brasileiro perdido por lá. E riram à gargalhada com a palavra.
Traduzi francês de um casal de Paris para o Pablo, e fotografaram-me as tattoos.
Comi lagosta grelhada e lulas com batatas fritas na praia. E o melhor risoto de lagosta da minha vida (e único!)
Vi um por do sol lindo, numa praia demasiado turística.

Assisti a espetáculos incríveis. 
Senti coisas únicas.
Senti-me.
Em cada momento.
O meu instinto. A minha dádiva.

Zanzibar, trouxe-me de volta sonhos de menina, e a vida só me devolveu ao caminho. 












sexta-feira, 22 de março de 2019

A viagem...

Acabei a voar pela Emirates para o Dubai, num voo extraordinário, onde tinha uma fila inteira vazia só para mim. Do Dubai a Zanzibar, foram quase 6 horas, num voo muito baixo, que permitiu ver paisagens absurdamente incríveis.

À chegada, um aperto de segurança brutal 😁😁, estava um polícia à saída do avião, a controlar os cartões de embarque. No aeroporto, ah ah ah, passei o controle do passaporte rapidamente, porque tinha tratado do visto online. Fui comprar o cartão de telemóvel, trocar dinheiro e quando estava para sair, sou abordada por outro polícia, que se questionava com o facto de só ter aquela bagagem.

Chego ao hotel, depois de uma hora de transfer privado, e só pergunto pela praia. A amplitude das marés é tão grande, que com maré cheia não se consegue ir ao mar, e com a maré vazia fica tão, mas tão longe...

Que só dei um mergulho na piscina...

Hoje de manhã, maré vazia, decido fazer uma caminhada, e tenho logo um Masai, que não me larga. Conta-me que, contrariamente à maioria islamita da ilha, os Masai sao católicos, e aproveito para lhe dizer que a educação é a única forma de mudar o mundo. Isto tudo porque comecei a apanhar o lixo pelo caminho.
Aprendo que as duas palavras mais usadas por aqui, são Jambo e Hakuna Matata, porque aqui está sempre tudo bem.



quarta-feira, 20 de março de 2019

Ainda não fui e....

A esta hora devia estar a chegar a Amesterdão. No entanto, já almocei no aeroporto, fui a casa e voltei novamente. Ontem, uma amiga perguntava-me se estava nervosa. Respondi que tinha um grilo em mim. Um misto de nervosismo com pressentimento. Acordei às três da manhã, com insónias. O que não acontecia há semanas.
Cheguei ao aeroporto com tempo, até receber a informação do atraso no primeiro voo, o que me fazia perder as restantes ligações. Mas mantive a disposição.
Recebo mais tarde a indicação que todos os voos tinham sido alterados, e só tenho voo no final do dia.
Recebo entretanto a confirmação da aprovação do meu visto.
Decido ir a casa, imprimir tudo e falar com a agência de viagens, por causa dos transferes.
Trato de tudo.
Volto para o aeroporto. Apanho um Uber todo simpático, que se fartou de aprender coisas novas comigo.
Faço o check in e a funcionária fala do visto, que às vezes, no destino custa o dobro. Ainda bem que fui a casa! Pensei eu 😁
Decido ficar na rua, a apanhar o último sol de Lisboa, e ao meu lado está um estrangeiro, com quem acabei de me cruzar no corredor de longo curso, e me fez uma festa, como se fosse a melhor amiga dele. Talvez seja, talvez!
Vou agora, finalmente embarcar e daqui a muitas horas, hei-de de chegar, pela primeira vez, ao hemisfério sul.

[A cumprir, o primeiro dos seis posts, que me comprometi a fazer...]

quinta-feira, 7 de março de 2019

Dia de Luto Pelas Vítimas de Violência Doméstica


2019.
Março.
Sete.

Véspera do Dia Internacional da Mulher.

Já morreram 12 mulheres este ano. 
Foi encontrada a cabeça de outra hoje.
Volto a repetir.

07.03.2019.
Portugal.

Não é nos confins do mundo.
 É mesmo aqui.

Homens que agridem mulheres, sempre me meteram nojo.
NOJO.

Sei que as suas histórias, não são fáceis. Também eles foram agredidos, violentados. Abusados. Que nunca ninguém lhes ensinou que Amor, é tão diferente de posse e compulsão.
Mas o facto de terem sido vítimas, não os desculpabiliza de serem agressores.

 Nunca.

Só que hoje é dia de honrar as mulheres.

No entanto, não é com cartazes que se fazem campanhas eficazes. 
Por muito impactantes que possam ser.

É preciso dar ferramentas às mulheres para mudarem a sua vida. A sua condição. De ganharem Amor Próprio, Autoestima e Coragem. Para que o medo não as paralise. É necessário aulas de defesa pessoal e planos de fuga. OU Planos. Uma variedade de planos. Para que as vítimas se sintam protegidas e seguras.

Numa rede informal de ajuda, quem sabe?

Casas Abrigo, fora das redes formais, que sabemos que têm muitas lacunas. Não há comunicação entre as estruturas do Estado, como podemos garantir a segurança das mulheres?
Sabemos que o sistema funciona mal. Mas podemos mudar.
Temos que mudar.

A todas as mulheres que (ainda) não acreditam, é possível.
Reagir, Reprogramar, Viver.
SER.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Zula, a elefante de um tpc...

Zula, uma elefante cor de rosa, com 8 anos, perguntava todos os dias à sua mãe: - porque é que não posso voar como os pássaros?
Zula! - respondeu a mãe, abanando as orelhas, em sinal de desaprovação. Tu és uma elefanta. Nós não voamos. Já tens idade para te deixares de ideias tolas.
Mas para Zula, era a ideia mais brilhante que tinha. Ela tinha que voar. 
Continuava a olhar os pássaros no céu, o seu voo livre, a liberdade. Tinha inveja. Sim, inveja! 
Porque é que sou elefante? Porque não tenho asas e um corpo gracioso? - lamentava-se Zula.
Um dia viu que estava muito vento, e os pássaros não conseguiam voar. 
Nesse momento, ficou feliz por ser quem era. Nunca mais quis ser uma ave.
Mas continuava a querer voar...
Um dia, tanto pensou, que decidiu subir ao cimo de um banco e saltar!
E, naquele meio segundo que se sentiu voar, Zula, sentiu-se a elefante mais poderosa da terra.


Percebeu que tinha um poder maior que os pássaros - tinha a capacidade de sonhar!




Bruxas??!

 Dia de todos os Santos e o meu gato desaparece misteriosamente??!! {Primeiro uma tartaruga, agora um gato??} Não há bruxas o car****