sexta-feira, 6 de abril de 2018

Costa Rica Parte III

Arenal - Monteverde

A viagem das curvas, vómitos e coisas que tal...

Esta talvez seja a pior estrada que apanhámos. Caminhos de montanha, com curvas e contracurvas. Atrás de mim iam duas miúdas que começam a vomitar, a mais nova num saco que a mãe arranjou à pressa, a mais velha para os degraus da carrinha, mesmo ao meu lado. O motorista pára mas não a tempo daquele cheiro a vómito se me entranhar no nariz. Ainda tenta lavar a carrinha como pode, mas eu já ia com o estômago às voltas. Passo para a frente para evitar mais um festival.

A estrada continua sempre com curvas enquanto saímos da zona do Arenal, acompanhados pelo gigante lago com o mesmo nome. Se formos atentos é sempre possível ver animais pelo caminho. Ora macacos, ora preguiças ou crocodilos. E carrinhas com turistas parados para os fotografar.

Começando a chegar à floresta nublosa, a estrada piora substancialmente. Caminhos de terra batida, cheio de calhaus, sem bermas e com precipícios ao nosso lado. Pó por todo o lado. Uma viagem ainda mais alucinante para estômagos sensíveis.

Monteverde

Como chegámos cedo ao hotel, não tínhamos o quarto pronto mas foi nos dito, que o quarto era longe e que teríamos de pedir uma carrinha do hotel para nos levar. Existem hotéis com elevadores depois existem os outros. Fomos almoçar para fazer tempo e depois das 14:00 lá chamámos o transporte para nos levar ao quarto. Estávamos no alto da montanha, num quarto com banheira redonda e um piso superior com camas extras. O maior quarto onde alguma vez estive.

Fomos dar uma volta porque sabíamos que havia uma cascata e um borboletário ali perto e queríamos aproveitar. Estava muito calor e quando chegámos para entrar na cascata, não aceitavam multibanco e nós não tínhamos dinheiro. Ainda tentámos o borboletário mas aconteceu a mesma coisa.
Ao sairmos dali numa subida horrorosa interminável, pára um carro que me pergunta se queríamos boleia. Nem me fiz rogada e chamo o D., que ficou sem perceber nada. Entrámos e era um casal de franceses que também tinham chegado a Monteverde naquele dia, mas eles andavam com carro alugado. Lá nos deram boleia até ao multibanco e cada um seguiu o seu caminho.

No dia seguinte fomos ao canopy e às pontes suspensas. Perguntam vocês o que é o canopy? É só slide no topo das árvores mas num percurso de 3 horas, com umas 14 plataformas, a uma altura imensa, completamente no meio da floresta. Existem 2 que se tem de fazer a pares, porque a distância é tanta que se tem de levar mais peso, para não se correr o risco de ficar parado a meio. Medo meus senhores! Muito medo. Especialmente na última que tem quase 1 km de distância a mais de 200 metros de altura. Fui o caminho todo a fazer a respiração de parto sem conseguir sequer olhar para baixo. Adrenalina pura!

Manuel António

Seguimos para o nosso destino final onde ficaríamos 3 dias, sem nada programado para fazer, a não ser aproveitar as praias do Pacífico. Voltámos a ficar num hotel na montanha, que tinha uma escadaria imensa até ao quarto, o que levar malas com 23 km, era um exercício digno de ginásio. Decidimos alugar carro, para não ficarmos presos no hotel e foi o melhor que fizemos.
Logo na primeira tarde fomos à praia e... água quente! O mais quente que alguma vez experimentei até esse dia. Terminámos com uma água de côco e um por do sol fantástico.

No dia seguinte fomos para o Parque Nacional Manuel António que para além dos animais tem praias vedadas. Já nos tinham dito que ali os macacos costumavam tentar roubar comida dos turistas e estava muito entusiasmada. Logo para estacionar o carro tivemos problemas porque há verdadeiras máfias a tentar vender lugares de estacionamento e bilhetes para o parque. São chatos, aldrabões e são mesmo de evitá-los. Depois o Parque está muito mal sinalizado e não é fácil dar com a entrada. Não há visitas guiadas oficiais e se quiserem um guia têm de o conseguir cá fora. Nós não contratámos nenhum. Fizemos o caminho todo do parque quase sem ver animal nenhum. Já estava altamente frustrada porque o calor apertava e animais nada. Quando chegámos à praia até me esqueci da irritação. Um sonho! Praia enorme, areia branca, mar calmo... Antes mesmo de irmos ao banho vemos um guaxim. Depois macacos que começam a surgir de todos os lados. E lagartos. Foi uma experiência incrível.

Aqui voltamos a encontrar os franceses que nos tinham dado boleia em Monteverde. O que teve bastante piada!

Como tínhamos o carro decidimos no dia seguinte ir mais longe, visitar o Parque Nacional Marino Ballena, local de passagem de baleias e provavelmente a praia mais bonita onde estive. São duas baías que quando a maré está vazia faz o rabo de uma baleia. A praia tem kilometros, estava quase vazia e o mar... O mar estava quente, mas mesmo quente. De não conseguirmos sair de lá. Uma experiência brutal.

Na nossa ultima noite acordámos com um tremor de terra, que fez o quarto abanar e bem! Foi um grande susto mas felizmente não houve estragos.

Considerações:

A Costa Rica é um país incrível. O respeito que têm pela natureza e pelos animais é de louvar. É o unico país do mundo que aboliu o exército e isso diz muito do povo. São simpáticos, prestáveis e de sorriso aberto - é o país da Pura Vida. Para quem quiser visitar aconselho mas preparem-se porque tudo é caro e tudo o que é para turista paga-se bem. O turista chega a pagar 10 vezes mais que um local para visitar. Mas vale tanto a pena!

Pura Vida!!































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Bruxas??!

 Dia de todos os Santos e o meu gato desaparece misteriosamente??!! {Primeiro uma tartaruga, agora um gato??} Não há bruxas o car****