Passei o ano novo mais ou menos doente. Não cumpri nenhuma tradição: não bebi champanhe, não comi passas, nem me pus em cima de uma cadeira com uma nota no bolso.
Também não cozinhei para ter uma mesa farta: uns camarões no forno, uma sangria e uma baba de camelo, feita à ultima da hora. Teríamos ido a uma festa em casa de amigos, não fosse a minha indisposição.
Mas o ano já trazia decisões muito ponderadas, difíceis mas que teriam de ser efectivadas.
E, ontem, no dia em que cumpria onze anos de trabalho, entreguei a carta de demissão. Porque a vida é mesmo feita de ciclos, e tinha de conseguir fechar este, sem continuar acomodada a uma situação que já não me faz feliz, apesar de adorar o que faço. Tenho pena pelas pessoas que lidero, pelos meus velhos e utentes, mas ontem quando sai do trabalho só senti alívio. E esse é o maior sinal que podia ter.
Não sei como será o dia de amanhã, terei angústias e medos certamente, mas também tenho sonhos e a capacidade de me redescobrir.
E não estou sozinha!
E que comecem os novos ciclos...
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