Há mais de 20 anos que não me via tão morena. Estava em Londres, alojada em casa de uma família, numa colónia de férias. Decidi pintar o cabelo de preto, mas com produtos naturais. Enfiei-me na banheira e sei que tive uma hora com uma pasta pestilenta na cabeça. Uma mistura de lama com ervas. A dona da casa já se passava com a minha demora no banho. Sei que quando me olhei ao espelho, tive um pequeno choque. Chamaram-me Maga Patagónica. Só para não dar parte de fraca ainda aguentei uns dois meses com o ar de morta viva. Aprendi verdadeiramente a lição quando chegou a hora de voltar ao meu tom. Tive de descolorar e a minha cabeça efervesceu. Quando levou nova tinta, criei crostas enormes na cabeça. De preto, nunca mais!
Até hoje que enfiei uma peruca na minha branca de neve. E muita gente não me reconheceu.
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